
Idealizadora da iniciativa, a diretora-geral da Esmagis-MT, desembargadora Helena Maria Bezerra Ramos, enfatizou a importância da comemoração. “São 38 anos e muitos motivos a celebrar, principalmente eu, que fui aluna da primeira turma, em 1985. Era uma salinha apenas dentro do Tribunal, não existia nenhuma das duas escolas. Formei na primeira turma da Esmagis e, para mim, é uma honra estar hoje aqui comemorando esse aniversário”, afirmou.
Segundo ela, além de um encontro cultural, o 1º Sarau também tem caráter pedagógico, ao expor as obras escritas por magistrados que integram o Judiciário de Mato Grosso. “Queremos incentivar a produção, a escrita, o estudo, pois esse é o papel da Escola. Nós unimos a cultura com o pedagógico. E escolhemos um poeta cuiabano, que tem muitas poesias relevantes. Hoje aqui estão os magistrados e suas famílias, reunidos para que a gente se integre, converse e se conheça melhor como pessoas”, complementou. Clique neste link para ler na íntegra o pronunciamento feito pela magistrada no evento.


“É superinteressante a gente ver a literatura adentrar esses espaços onde ela normalmente não transita. Fiquei muito feliz com o convite! A Esmagis está de parabéns pela iniciativa e espero que o projeto tenha continuidade, dando a conhecer outros nomes da nossa literatura”, ressaltou Maria Cristina.
A afinidade com a obra de Manoel de Barros, conta ela, foi imediata. “Aquilo que mais me chamou atenção na primeira vez que eu mantive contato com a poesia dele foi que ele traduzia imagens da minha infância. Sabe aquele menino no quintal, brincando com as pedrinhas, com as coisas do chão? Aquela criança que fica esperando a manga amadurecer só de olhar. O menino no rio, os bichinhos, as árvores. Me vi voltando no tempo”, assinala.

Única parente do homenageado presente ao evento, Solange destacou ser um prazer prestigiar tão bonita homenagem ao seu tio-avô. “Fico até emocionada. Embora a gente não tivesse tanto contato, porque ele saiu de Cuiabá muito cedo, mas ficaram os poemas, o legado que ele deixou para toda a literatura. É uma alegria muito grande. Dentre tanto poemas, escolhi um que ele fala do Bernardo, um grande amigo. Menino do mato. Quando Bernardo faleceu, ela fala ‘Bernardo virou um passarinho, Bernardo voou’. Essa frase me marcou muito”, assinalou.

Integrante do Conselho Consultivo da Esmagis, o desembargador Luiz Ferreira prestigiou o Sarau e lembrou que hoje os magistrados não podem se ater apenas aos níveis técnicos. “O juiz precisa conhecer outras matérias, e, por certo, sendo ele leitor de poesias, certamente vai ter capacitação de examinar um processo com um pouco mais docilidade, trazendo para dentro do processo um entendimento mais ameno, mais anímico, colocando mais o espírito do que apenas o cérebro ao decidir”, salientou.
Além da exposição de livros, houve ainda a apresentação do Projeto Chita e Fuxico, que tem a finalidade de beneficiar mulheres em vulnerabilidade social. A ação é de responsabilidade social da BPW Cuiabá, representada no evento por sua presidente, Rúbia Ranzani, e pela coordenadora de responsabilidade social, Zilda Zampero.
Lígia Saito / Fotos: Ednilson Aguiar
Assessoria de Comunicação
Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT)