Depois de tanta polêmica, as exportações brasileiras de arroz caíram pela metade em junho. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Arroz (Abiarroz), o país exportou 62,3 mil toneladas do grão no mês passado, gerando uma receita de US$ 30,5 milhões. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve uma redução de 50,1% no volume e de 34,3% na receita.
A Abiarroz atribui essa queda a diversos fatores. A retomada da safra de arroz em países asiáticos, principais concorrentes do Brasil no mercado internacional, pressionou os preços e reduziu a demanda pelas exportações brasileiras.
Além disso, as fortes chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, principal estado produtor de arroz do país, causaram um impacto significativo na produção e na logística. A destruição de estradas, o isolamento de regiões produtoras e as alterações no calado do Porto de Rio Grande dificultaram a colheita, o transporte e a exportação do grão.
Apesar da queda geral nas exportações, o arroz beneficiado apresentou um desempenho ligeiramente melhor. Nos primeiros seis meses de 2024, as exportações desse tipo de arroz alcançaram 446 mil toneladas, com um aumento de 16,2% em volume e de 46% em receita em relação ao mesmo período de 2023. No entanto, em junho, as vendas do arroz beneficiado também registraram queda, com uma redução de 25,2% em volume e de 13% em receita.
Os dados da Abiarroz indicam um cenário desafiador para o setor arrozeiro brasileiro nos próximos meses. A recuperação da produção no Rio Grande do Sul será gradual, e a concorrência no mercado internacional continua intensa. Além disso, a valorização do real frente ao dólar pode tornar as exportações brasileiras menos competitivas.
Fonte: Pensar Agro