Com o lançamento do Projeto ‘Servidores da Paz’, o Poder Judiciário de Mato Grosso deu início na tarde desta segunda-feira (10 de julho), a um importante movimento interno para a formação de servidores e servidoras como agentes da paz no ambiente de trabalho.
O lançamento foi acompanhado pela palestra “Valores e Princípios Restaurativos no Cotidiano Profissional”, realizada pela assessora especial da Presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Katiane Boschetti da Silveira, de forma presencial no auditório do Espaço Justiça, Cultura e Arte – Desembargador Gervásio Leite, com transmissão via Plataforma Microsoft Teams.
O projeto compõe o rol de ações desenvolvidas pela presidente do Poder Judiciário de Mato Grosso, desembargadora Clarice Claudino da Silva, como metodologia para a expansão da pacificação social, e que a partir de agora, começa a ser aplicado com o objetivo de criar, fortalecer e restaurar relações de trabalho, baseadas na vivência das práticas restaurativas, como os Círculos de Construção de Paz.
“Hoje é um dia deveras importante para a administração. Hoje nós damos o pontapé inicial para o projeto ‘servidores da paz’. Temos trabalhado muito trazendo e levando a Justiça Restaurativa para a educação e outros segmentos, mas hoje especificamente nós estamos começando uma grande campanha interna para os nossos servidores, para o público interno, para os magistrados, para os prestadores de serviço, enfim, para todos aqueles que quiserem aderir a esse grande projeto de pacificação. Pacificação primeiro para o nosso interior, e depois para o nosso entorno, que nós chamamos de pacificação social. Tenho certeza que faremos um toque de consciência com resultado a curto, médio e longo prazo, intenso e profundo, assim como são os círculos, que nos possibilita crescermos à medida que vamos nos envolvendo com o poder transformador e a potência que é a Justiça Restaurativa. Queremos que aqui dentro [Poder Judiciário] seja o exemplo, a vitrine. Tenho certeza que qualquer filosofia de vida, ele se torna muito mais forte e transformadora à medida que nós a mostramos, exemplificamos e vivenciamos, e é o que nós pretendemos com o ‘servidor da paz’. Que o nosso servidor que primeiro de tudo, um pacificador interno, um pacificador de si mesmo, do seu ambiente de ambiente, de sua família e isso vá reverberando na sua vida e na vida de todos”, defendeu a desembargadora.
A política também tem como foco a construção e o cuidado com a saúde emocional dos servidores, outra das metas estimuladas pela gestão ‘Semear a Paz. Fortalecer a Justiça’, liderada pela desembargadora Clarice Claudino.
O Círculo de Paz é a prática restaurativa mais utilizada no mundo para a cura de relacionamentos. No ambiente de trabalho, a ferramenta oportuniza aos servidores a possibilidade de viver os valores e princípios da Justiça Restaurativa, proporcionando diálogos e abordagens estruturadas entre os próprios servidores. A técnica não só garante a construção de espaços seguros, onde todos têm a oportunidade de expressar seus sentimentos e necessidades, como também oportuniza a compreensão de atitudes, abrindo caminho para a solução e a prevenção do conflito.
Com origem nas antigas comunidades indígenas da Austrália, Estados Unidos e Nova Zelândia, os Círculos de Construção de Paz eram aplicados para a resolução coletiva de conflitos, realizados em grandes “rodas de conversa”, onde as decisões eram discutidas e tomadas em conjunto.
Para a diretora-geral do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Euzeni Paiva de Paula, o trabalho de expansão da Justiça Restaurativa realizado desde 2010 pelo Poder Judiciário de Mato Grosso, fortalecido com a chegada dos Círculos de Construção de Paz a partir de 2017, faz parte das diretrizes da atual gestão, e a partir de agora, aplicada dentro do Poder Judiciário, inaugura uma nova fase de expansão.
“Hoje nós convidamos os servidores não só da secretaria do Tribunal de Justiça, mas de todas as comarcas, para participarem da construção de relacionamentos no ambiente de trabalho, a refletir sobre a importância desses relacionamentos, e para que nós possamos cuidar uns dos outros, também no ambiente de trabalho. Um facilitador é uma pessoa preparada pelo NugJur para a condução de diálogos acolhedores entre outras pessoas, se transformando em um facilitador de relacionamentos. E a Justiça Restaurativa traz exatamente esse olhar de cuidado sobre os relacionamentos, de cuidar das pessoas, mas sem excluir a responsabilidade sobre o dano”, esclareceu Euzeni.
O próximo passo é trabalhar para a formação de servidores que irão atuar como facilitadores dos Círculos de Construção de Paz. O projeto é realizado pelo Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (NugJur), do Tribunal de Justiça, presidido pela desembargadora Clarice Claudino, e coordenado pelo juiz auxiliar da presidência, Túlio Duailibi.
Facilitadora e instrutora de Círculos de Construção de Paz, Katiane tem percorrido municípios e instituições no interior do Estado, apresentar os conceitos sociais que envolvem a Justiça Restaurativa e a aplicação dos ‘Círculos de Construção de Paz’, como ferramenta de pacificação e prevenção de conflitos.
“A formação dos servidores do Poder Judiciário como facilitadores de círculos de paz, vem ao encontro da política social preconizada pela gestão da desembargadora Clarice Claudino, que tem como lema ‘Semear a Paz. Fortalecer a Justiça’. O projeto visa instrumentalizar os servidores para o uso das práticas restaurativas no dia a dia, para terem diálogos restaurativos, abordagens restaurativas, e para que na realização de círculos entre os próprios servidores, eles possam criar, fortalecer e restaurar relacionamentos, curando traumas e inclusive evitando novos conflitos. Quando a gente tem pessoas que trabalham melhor, se sentem pertencentes, certamente farão seu trabalho com mais qualidade, mais eficiência e mais celeridade; as ausências no trabalho também são reduzidas quando o servidor se sente cuidado, se sente parte da equipe, formando um senso de comunidade, no local onde passamos a maior parte do tempo”.
O lançamento do projeto ‘Servidores da Paz’ faz parte da agenda de compromissos empreendidos pela atual gestão em favor da sociedade e na garantia da pacificação social, e que compõe as comemorações alusivas aos 150 Anos do Poder Judiciário de Mato Grosso, que será comemorado no próximo ano, em reconhecimento aos desafios enfrentados para o exercício independente do Judiciário.
#Paratodosverem. Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Primeira imagem: Assessora Katiane Boschetti a frente do palco durante a palestra. Segunda imagem: Desembargadora Clarice Claudino faz uso da fala. Terceira imagem: Diretora-geral do Tribunal de Justiça, Euzeni Paiva de Paula concede entrevista à TV.Jus.
Naiara Martins/ Fotos: Alair Ribeiro
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