Uma profissão milenar, mas cuja identificação histórica só passou a ser catalogada a partir do século XV, a arte de transformar madeiras brutas em móveis requintados ainda continua atraindo a atenção do público em geral.
E, é para satisfazer esse público que o Centro Histórico-Cultural Benjamin Raiser, em Sorriso, deu início a exibição da exposição ‘Mestre Marceneiro’. Essa é a 8ª exposição organizada desde a inauguração do Centro Histórico-Cultural, em agosto de 2022.
Para contar um pouco dessa história, o espaço recebeu dezenas de peças do acervo pessoal do artesão e mestre marceneiro Moises Antônio Marques. Composto por imagens e ferramentas industrializadas datadas do século XIX e outras de fabricação manual como a galopa, cepilhos e a plaina Guilherme, esta última usada em madeiras mais resistentes como o pau-ferro, cabreúva e a sucupira, o acervo deve permanecer a mostra por um período mínimo de cinco meses.
“As pessoas tem aquela noção de que o museu é um espaço estático que não muda nunca. No nosso caso essa regra não se aplica até mesmo porque, além das exposições permanente, temos ainda as exposições temporárias sobre os mais variados temas”, ressalta a coordenadora do espaço, Maria Amélia de Souza Rossi, ao afirmar que as crianças estão entre os visitantes mais entusiasmados.
Ela explica que com a chegada da tecnologia as ferramentas manuais foram substituídas por equipamentos elétricos.
“Assim como a madeira usada à época, e hoje escassa, a maiorias dessas ferramentas só podem ser vistas em espaços de preservação histórica. A gente percebe reações diversas dos visitantes, enquanto os adultos sentem-se nostálgicos as crianças ficam extremamente entusiasmadas”, descreve.
Para o recepcionista, Mauro Gonçalves da Silva, a exposição ‘Mestre Marceneiro’ tem uma significação especial. Natural do interior do estado de São Paulo e morando em Sorriso há mais de 20 anos ele cresceu ajudando o pai, Francisco Gonçalves da Silva, a fabricar móveis de madeira.
“Fico entristecido ao ver como as coisas mudaram. Antigamente a gente sentia o maior orgulho ao entregar uma mobília na casa do cliente. A marcenaria é um amor que passa de pai para filho. Um ofício abençoado, tanto que Deus escolheu a profissão de marceneiro para que seu filho unigênito o representasse na terra”, visivelmente emocionado relembrou ele que é um dos seis servidores responsáveis pela manutenção do espaço.
“A madeira acompanha o ser humano pela vida inteira. No nascimento ela está presente no berço enquanto que na morte ela nos recebe em formato de caixa”, completou Mauro enquanto mostrava o funcionamento de uma das ferramentas expostas.
“Esse é um local de memórias e onde estão nossas raízes. A história de Sorriso é contada por meio das memórias dos pioneiros que aqui chegaram na década de 70. Somos imensamente gratos por podermos manter viva essa história”, reitera Maria Amélia.
A exposição ‘Mestre Marceneiro’ está aberta ao público todos os dias da semana nos seguintes horários.
Segundas e terças-feiras – 7h às 19h
Quartas às sextas-feiras – 7h às 22h
Sábado – 18h às 22h
Domingo – 7h às 11h e das 18h às 22h
Fonte: Prefeitura de Sorriso – MT