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Aline Felix: “nós, mulheres, podemos mais do que imaginamos!”

Quem vê a secretária de Cidadania e Assistência Social de Nova Mutum, Aline Félix discursando em eventos públicos e comandando os projetos e inúmeros servidores que a secretaria possui, nem imagina as diversas vezes que ela evitou ser o centro das atenções. Filha de pai político – Eurico do Nortão (Eurico Aparecido da Silva) – Aline, que na realidade se chama Aline Lúcia da Silva Pereira e, na vida pública adotou o sobrenome Félix, sempre procurou realizar atividades longe de holofotes, mas a vida a conduzia para funções de destaque e de liderança.

 

Ao casar-se com Leandro Félix – então na época futuro prefeito de Nova Mutum, com apenas 17 anos, Aline se viu assumindo demandas antes impensadas, mas que hoje, à frente da SEAS, consegue conduzir com maestria, como se tivesse nascida para o cargo.

Hoje eu consigo enxergar que aquela Aline lá do passado estava sendo preparada para viver a Aline de agora”, conta Aline, hoje aos 41 anos, ao recordar que, por várias vezes, participava das atividades da igreja por gostar, mas que também era uma tentativa de evitar assumir funções públicas. “Mas, lá na igreja me deram vários projetos sociais para cuidar. Era com criança, mulheres, jovens e adolescentes e eu fui crescendo, desenvolvendo o espírito empreendedor, mesmo sem perceber”.

 

Universo da política

 

Aline é filha do casal Lúcia e Eurico do Nortão e desde muito pequena vivencia a vida pública. O responsável por inseri-la nesse universo político foi o pai, seu Eurico. Vereador por dois mandatos em Nova Mutum – falecido em 2012 vítima de acidente de carro -, Eurico indicou o nome do genro para exercer cargos políticos na cidade. “Quando o Leandro assumiu como vice-prefeito, eu fugia da exposição e dizia: isso não é para mim e, depois, quando ele se torna prefeito e eu passo a ser a primeira-dama, as obrigações mudam e eu precisei assumir o protagonismo” relembra Aline, frisando que, com o passar dos anos, percebeu a força das mulheres diante de situações adversas, como a de acolher pessoas em vulnerabilidades ou a de pensar e implantar projetos sociais que melhorem a vida das pessoas em situações sociais críticas.

 

Com o tempo eu percebi que nós, mulheres, temos uma visão equivocada de nós mesmas. Na verdade, temos um potencial incrível e podemos chegar em lugares inimagináveis”, destacou Aline citando que sempre foi uma menina e mulher muito dependente, nem mesmo dirigir ela sabia e sempre dependia dos pais quando solteira e, ao casar-se, do marido.

“Eu tinha meu potencial totalmente escondido. Hoje eu enxergo como uma insegurança dentro de mim, mas que, depois dos 30 anos de idade, eu dei uma guinada na minha vida para me tornar protagonista de mim mesma, ser uma pessoa independente, sem perder a minha essência de mulher, mãe e esposa”.



 

Para evitar que as filhas repitam a insegurança em si mesmas Aline conta que procura prepará-las para uma vida independente. “As minhas filhas são ensinadas a se virarem sozinhas, a enfrentar o mundo. A mais velha já tirou a certeira de motorista e já dirige, cuida dos afazeres de casa. Hoje eu vejo que é importante acreditar em você mesma e que as mulheres conseguem ir longe, têm um potencial enorme”, salientou.

 

Ao mesmo tempo em que tenta apresentar as adversidades do mundo para as filhas, Aline também mantém um certo cuidado com a exposição das meninas, pois segundo ela, o cargo que ela e o pai exercem pesam para as filhas. “Procuramos evitar a exposição nas redes sociais, na rua, na escola. Nem sempre conseguimos. A mais nova, por exemplo, é mais esquentada e quando se sente injustiçada quer revidar em defesa do pai, mas aí a gente explica que não é assim, que as pessoas falam por vezes sem conhecer e ela entende”, contou destacando que ela mesma precisou aprender a controlar o temperamento.

 

 

“Eu tive que aprender tudo, que não posso expressar minha raiva quando atingem meu marido, a mim ou minhas filhas. Não é fácil, mas o meu autocontrole se chama Leandro Félix”, sorriu.

 

Uma mulher em metamorfose

 

 

Ao longo dos seus 41 anos de vida, Aline Félix viveu e vive uma metamorfose provocada pelas funções sociais que exerce, entre as quais, a de mãe, esposa, cristã, filha, primeira-dama do município e secretária da SEAS. Casada com o prefeito de Nova Mutum desde os 17 anos de idade, Aline assumiu responsabilidades que exigem equilíbrio e firmeza. A primeira e a mais complexa, segundo ela, foi o de conciliar o papel de mãe de duas meninas, Larissa (19) e Lavínia (14) com a de ser esposa de prefeito, esse último muito mais por causa da timidez, mas nesse processo de mudanças e exposição a ajuda da mãe, dona Lúcia, foi fundamental.

 


Minha mãe sempre me ajudou muito e ainda ajuda até hoje. Ela é um esteio para mim, faz almoço, cuida das minhas filhas, cuida de mim e eu dela”,
ressaltou.

 

A dificuldade em conciliar todas as atividades, principalmente quando o Leandro Félix assumiu a prefeitura e, a filha caçula, Lavínia ainda pequena e muito doente, por diversas vezes se viu em situação angustiante e foi a mãe, dona Lúcia a pessoa com quem pôde contar.

 

As minhas filhas sofriam muito com a minha ausência, perdi muitas coisas na escola por estar cumprindo agendas e reuniões, muitas vezes, compromissos que não podiam ser adiados. Para elas duas foi muito difícil entender e, para mim, como mãe, me doía vê-las sofrer, mas hoje elas sentem orgulho e defendem as pautas da SEAS”, recordou emocionada sobre essa fase da vida de mulher-mãe-pessoa pública.

 

Desafios e aprendizado

 

Os desafios para a primeira-dama e secretária de cidadania e assistência social de Nova Mutum não param por aí. Com Leandro Félix vencendo as eleições para prefeito em 2020, Aline novamente se viu diante de uma responsabilidade muito grande: assumir o protagonismo na Secretaria de Cidadania e Assistência Social do município. “A partir daquele momento, Leandro disse que precisaria da minha ajuda à frente da SEAS e eu só pensava: meu Deus, como vou dar conta de um legado deixado por dona Mari (Marinês Cavalim Pivetta), que fez um trabalho tão primoroso como primeira-dama e na SEAS”, refletiu.

 

 

Ao receber a missão, Aline passou a dedicar o trabalho focada em aprender e a colaborar com o marido em favor da sociedade mutuense.

 

Eu vim para a secretaria para aprender com toda a equipe que a Mari deixou. Eu realmente fiquei um ano aprendendo, mas aí logo que assumi a secretaria eu tive o desafio de tocar o projeto Flor e Ser e planejar um evento para o Dia da Mulher em plena pandemia da Covid-19. Chamei logo a Jaiane Neves, que tinha uma boa desenvoltura para conversar com as pessoas e fomos desenvolvendo um trabalho do qual hoje eu tenho orgulho”.

 

À frente da SEAS Aline criou diversos projetos para atender a população vulnerável, em especial, as mulheres, crianças e idosos em situação de risco ou de abandono, como ‘Mais União’, que atende crianças e jovens do bairro Vila União, Chácara das Flores e região a partir de quatro anos de idade, em contraturno escolar, de segunda à sexta-feira, com atividades como oficinas de arte, esportes, música, teatro.

 

 

Outro projeto de muito orgulho, é o Flor e Ser, que faz homenagem às mulheres no mês de março, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, reunindo centenas de mulheres e envolvendo boa parte dos empresários locais com a doação de brindes para ser sorteados num evento repleto de amor, humor e muito incentivo à força e à beleza da mulher.

 

Dentro da secretaria temos várias pautas e todas são interligadas, tenho um carinho muito grande por todos esses projetos, pela relevância deles para a nossa cidade, mas um deles eu considero nosso maior desafio: o problema da habitação, pois a falta de uma casa para morar gera inúmeros outras problemas para uma cidade. Agora, com a construção de quase 400 apartamentos, demos um grande passo para solucionar o problema da moradia em Nova Mutum.”,

assegurou Aline Félix frisando ser a habitação um tema importante que requer atenção redobrada e, que, em 2025 chega à cidade o programa de habitação Faixa I. “Era algo muito desejado porque a nossa cidade quase não se encaixa por conta da renda da população, que geralmente, por conta da composição, acaba ultrapassando os R$2.400 exigidos pelo governo federal”, explicou.

  

Mercado do bem

 

O Mercado do Bem é outro projeto criado na gestão de Aline que vem ganhando maior espaço em seu coração, por se tratar de um projeto que, nas palavras dela, dará dignidade às pessoas carentes por proporcionar a possibilidade delas próprias escolherem seus itens de acordo com a necessidade da sua família. O projeto vai atender a população com produtos básicos como alimentos, material de higiene, materiais de uso regular, roupas e até mobília para sua residência. A doação será em forma de cartão-pontos para as famílias de maior vulnerabilidade e o local terá área de convívio e troca cultural entre moradores e turistas de outras cidades em área com aproximadamente 654 metros quadrados de extensão, localizada na Avenida dos Campos, no bairro Edelmina Querubim Marcheti.

 

Estamos no momento de fazer o trabalho interno, cadastrar as famílias, chamar parceiros. Esse ano já vai estar em funcionamento, a proposta é começar até abril, com as primeiras 30 famílias, sendo as mulheres vulneráveis e pessoas idosas carentes as nossas prioridades”, explicou.

 

Impacto para as mulheres

 

Em celebração às mulheres, Aline Félix acredita estar desenvolvendo um impacto social muito grande entre as mulheres mutuenses. Ela acredita que sua história é um incentivo para toda mulher. . “Se eu, que não sabia nada de política, não tinha estudo e nem sequer sabia dirigir, consegui vencer minhas inseguranças e medos, elas também podem”.

 

Para incentivar que mais mulheres se tornem protagonistas de suas histórias, Aline deixa a seguinte mensagem de estímulo:

 

Mulheres, não deixem que ninguém tire sua essência. Não deixem que ninguém sufoque você. Nós somos fortes, guerreiras, femininas, adoráveis. Você, mulher, vai ter seu momento, vai florescer no momento certo, no momento de Deus. Vai fazer diferença na sua vida, na sua casa e na vida das pessoas”, concluiu.

 

 

 

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