Em cerimônia inédita, Maysa Leão homenageia ceramistas de Cuiabá

29/05/2024

Em cerimônia inédita, Maysa Leão homenageia ceramistas de Cuiabá

A vereadora Maysa Leão (Republicanos), homenageou os profissionais da cerâmica do município em Sessão Solene nesta quarta (29.05) no Plenário de Deliberações da Câmara Municipal de Cuiabá. A cerimônia inédita homenageou 53 ceramistas da capital.

Em conversa com a imprensa, a propositora do evento – vereadora Maysa Leão – relevou acreditar que a arte da cerâmica remete à história da fundação de Cuiabá. Além da cerimônia ser uma ‘valorização da nossa cultura’.&nbsp

“No período da fundação de Cuiabá, com a vinda dos bandeirantes, na época do ouro, a cerâmica era adotada como utilitário doméstico e posteriormente se tornou item de decoração. Inicialmente produzida pelos indígenas, especialmente o povo Bororo, ela chegou à comunidade urbana, sendo passada de geração em geração, permanecendo viva através das mãos dos ceramistas.” declarou a vereadora.&nbsp

Isa Sousa, ceramista, jornalista, idealizadora da solenidade e uma das homenageadas, contou para os jornalistas como chegou à cerâmica e o que ela significa em seu cotidiano.

“A cerâmica entrou na minha vida em 2018, mais ou menos. Eu tive um diagnóstico de transtorno de ansiedade generalizada, o TAG. E aí eu busquei hobbies e busquei algumas outras coisas além do tratamento pelo transtorno. E encontrei a cerâmica. Foi muito por acaso, né? E aí, de um hobby, a cerâmica passou a ser uma profissão. quando eu comecei a postar nas redes sociais, mostrar para as pessoas o meu trabalho. Aqui do barro a gente podia transformar um mundo de coisas”, destacou a homenageada.

Nice Aretê, ceramista e co-fundadora do Coletivo Ceramistas do Mato, revelou a expansão do segmento que hoje se encontra em todas as camadas sociedade.

“A cerâmica, se divide em cerâmica gourmet, a cerâmica artesanal, a cerâmica de raiz, que é a tradicional que se faz no São Gonçalo, mas como hoje existem tecnologias, tanto de forno para queima, Como materiais que a gente compra fora, a cerâmica expandiu muito. Então não existe apenas o artesanato de cerâmica. A cerâmica hoje é um segmento profissional. Muitas pessoas deixaram algumas profissões para vir trabalhar com a cerâmica”, destacou Aretê.

Dona Alice Conceição de Almeida, ceramista com mais de 60 anos, e representante da Associação Dos Artesãos da Comunidade São Gonçalo Beira Rio, afirmou que a técnica da cerâmica exige ‘amor e dedicação’. Ela iniciou a trabalhar com cerâmica quando tinha 10 anos, para ajudar nas despesas de casa.&nbsp

“Eu tenho orgulho de ser uma ceramista, na meia idade que eu sou, e a minha dedicação ainda, que eu tenho, eu trabalho junto com minha irmã. Mas, como eu sempre falo, eu ainda vou trabalhar até o dia que Deus permitir que eu tenha vontade de trabalhar. Porque eu acho assim, se a gente não tiver vontade, coragem, disposição, nada é feito, nada se faz”, disse Dona Alice.

Escritora, pintora e ceramista, Paty Wolff, também foi uma das homenageadas. Recentemente participou do prêmio Jabuti de Literatura em âmbito nacional. A escritora se dedica a retratar a liberdade intelectual em suas obras.

“Trazer histórias e memórias vividas de um povo que também constitui o Mato Grosso, que é o povo negro, e os povos indígenas. &lt…&gt eu gosto de trabalhar o figurativo, então eu trabalho esculturas de pessoas negras, sempre tento trazer eles como protagonistas”, relatou a artista sobre a linguagem do seu trabalho.

Acompanhe a cerimônia na íntegra:

https://www.youtube.com/watch?v=eEq1gu6-D-Y