A vereadora Edna Sampaio (PT) esteve presente na audiência pública realizada nesta sexta-feira (24) pelo deputado estadual Lúdio Cabral (PT) para discutir políticas públicas voltadas à recuperação do centro histórico da capital.
No local, há casarões abandonados, problemas de infraestrutura, pessoas em situação de rua sem atendimento assistencial e comerciantes que vivem perdas econômicas diante dessa situação.
A audiência, que aconteceu na praça Alencastro, no centro da capital, contou com a participação de moradores do centro histórico, de representantes do setor cultural e de organizações não governamentais de defesa da cultura e das pessoas em situação de rua.
Edna lembrou que a Comissão de Cultura e Patrimônio Histórico da Câmara Municipal, a qual ela preside, realizou reuniões, tribunas livres e audiências públicas para debater a situação do centro histórico.
Nelas foi discutido com a população local o projeto de revitalização desenvolvido pela pesquisadora Luciana Mascaro, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o qual sugere a criação de um conselho gestor para o local.
“Estamos encaminhando a provocação ao executivo, que é a sugestão de criação de um conselho gestor para o centro histórico, pois nós entendemos que essas discussões precisam ser no espaço institucional permanente para que as demandas possam ser encaminhadas ao poder executivo competente”, disse Edna. 
A vereadora  destacou  que é preciso institucionalizar o espaço de fala das pessoas que vivem a realidade do centro histórico. Ela apontou a dificuldade enfrentada pela população para compreender os papéis exercidos pelos poderes executivo e legislativo e que, muitas vezes,  este último se sente impotente diante do descaso com que as políticas públicas são tratadas.
Também falou sobre a importância de refletir a questão ambiental e sobre a diversidade cultural ao se pensar políticas para o centro histórico neste momento pré-eleitoral.
“Se não mudarmos a política, seremos os vermes varridos da Terra, pois a crise climática já é uma realidade. Não se pode pensar no centro histórico todo cimentado, sem árvores, todo calçado, pois quando vierem as chuvas, podemos ser como o Rio Grande do Sul, que não tem locais para as águas escoarem”, disse.
“O centro histórico não pode ser pensado do ponto de vista idílico de um passado que, na minha opinião, como mulher negra, não me interessa, pois nesse passado, onde foi construída toda essa  memória e todos estes monumentos, meu povo veio escravizado para cá para pegar ouro, trabalhar e tirar toda a riqueza das terras às custas das nossas vidas”, disse.
“A diversidade também precisa ser incluída nesse debate para pensarmos que a cultura ainda é um lugar muito elitista, de muita gente branca. Precisamos renomear nossas ruas e a nossa história para fazer a reparação histórica do nosso povo”, afirmou. 
O Centro Histórico de Cuiabá é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1993 e possui um território de quase 50 hectares que abriga mais de 600 imóveis.
“É um esforço permanente em nosso mandato para dar conta dessas tarefas. Uma delas é que a audiência pública é para escutar. E ela tem que reunir, ouvir as pessoas, aquelas que vivem os problemas que dependem da ação do poder público. Aprendi desde o meu mandato como vereador”, disse Lúdio Cabral.
“A audiência pública tem que reunir a diversidade, a multiplicidade, pluralidade de visões, pensamentos, modos de vida e caminhos. Esse foi o nosso esforço, de ter todos os olhares sobre o centro histórico: desde as pessoas que vivem em situação de rua até os empresários”, afirmou ele.
Da Assessoria 
Fonte: Câmara de Cuiabá – MT