O agronegócio desempenhou um papel fundamental em conter a alta da inflação nos últimos 12 meses, com o índice de preços dos alimentos e bebidas subindo 2,62%, abaixo da inflação geral de 4,5%.
A informação é do diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, durante a reunião semanal da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília. Lucchi lembrou, no entanto, que o clima e a importação de leite subsidiado da Argentina ainda representam desafios para o setor.
De acordo com o diretor, os alimentos formam a grande maioria dos produtos que tiveram maior queda de preço no período. Citando como exemplo os combustíveis, enquanto a gasolina teve uma das maiores altas nos últimos 12 meses, o etanol fez parte da relação dos itens com maior queda.
“Enquanto um combustível fóssil foi um dos que mais subiu, uma fonte renovável foi um dos produtos que mais caíram de preço”, explicou.
Entre os produtos com maior alta recente como o arroz, Lucchi explicou que as questões climáticas afetaram a produção do cereal.
Ele ressaltou, que embora as recentes estimativas de colheita para a safra 2023/2024 tenham diminuído em relação às previsões iniciais, a oferta de arroz deve ser 5,2% maior na comparação com a safra anterior.
O diretor da CNA acrescentou que, somada à safra maior, a colheita deve se intensificar em março e abril, o que pode conter a alta dos preços. Ele também atribuiu ao clima a alta dos preços de itens como a batata inglesa e a manga.
Lucchi propôs, ainda, a adoção de algumas medidas para mitigar os efeitos do clima e conter a inflação.
As propostas incluem pontos como ampliação do orçamento para o seguro rural, a disponibilidade de mais crédito, a redução do ICMS dos alimentos nos estados, a manutenção da desoneração da cesta básica na reforma tributária e a renegociação de dívidas.
Lucchi defendeu, ainda, a intensificação de medidas para conter as importações de leite subsidiadas da Argentina, que nos últimos meses provocaram uma queda expressiva nos preços do produto nacional no mercado interno.
Fonte: Pensar Agro